Como a Macroeconomia no Agro Decide os Preços das Commodities no Brasil
- Vinicius Lage

- 10 de jul.
- 3 min de leitura
Quando falamos em preço das commodities no Brasil — como soja, milho, boi gordo ou café — é comum pensar que a variação está diretamente ligada à oferta e demanda no campo. Mas a verdade é que as forças macroeconômicas têm um peso tão grande quanto (ou até maior) na formação desses preços.
Neste artigo, explicamos como a macroeconomia no agro influencia os preços das commodities e por que entender esse cenário é essencial para uma boa gestão de riscos.

O que é macroeconomia no agro?
A macroeconomia no agro refere-se ao impacto das variáveis econômicas nacionais e globais sobre o agronegócio. Fatores como taxa de juros, inflação, câmbio, crescimento do PIB e decisões políticas moldam diretamente o ambiente em que produtores, traders e cooperativas operam.
Essas variáveis influenciam não apenas os custos de produção, mas também o valor final pago por uma commodity no mercado.
1. Taxa de juros e impacto nas commodities
No Brasil, a Selic (taxa básica de juros) tem efeito cascata sobre o agro. Quando o Banco Central aumenta os juros:
O crédito rural fica mais caro e menos acessível.
Há menos estímulo à produção, o que pode reduzir a oferta futura.
O real tende a se valorizar, o que pode reduzir a competitividade das commodities brasileiras no exterior.
Por outro lado, uma Selic mais baixa estimula o crédito, aumenta a produção, mas pode também gerar pressão sobre os preços internos.
2. Câmbio: o dólar como protagonista
Como as commodities são precificadas em dólar no mercado internacional, o câmbio é um dos principais fatores para o preço final em reais. Um dólar mais alto significa que o produtor brasileiro recebe mais por saca exportada, mesmo que o preço internacional esteja estável.
Além disso, o dólar influencia os custos de insumos importados (fertilizantes, defensivos, combustíveis), o que impacta diretamente a gestão de riscos e o planejamento financeiro do produtor.
3. Inflação e custos de produção
A inflação afeta todos os elos da cadeia produtiva. Desde a compra de sementes até o transporte da safra, os custos aumentam e pressionam as margens.
Na ponta do lápis, isso exige uma abordagem mais sofisticada de gestão de riscos no agro, buscando antecipar movimentos de mercado e proteger a rentabilidade por meio de ferramentas como hedge, barter e contratos futuros.
4. Cenário internacional e decisões políticas
O agronegócio brasileiro está inserido em um contexto global. Decisões como:
Alterações nas taxas de juros dos EUA
Políticas agrícolas da China ou da União Europeia
Guerras, crises sanitárias ou conflitos comerciais
têm efeito direto sobre a demanda global por commodities e os preços pagos ao produtor nacional.
Como a gestão de riscos se conecta com a macroeconomia?
Em um ambiente de tanta volatilidade, fazer gestão de riscos no agro significa entender não só a lavoura, mas também os movimentos econômicos e políticos que podem afetar o seu negócio.
É por isso que cada vez mais produtores e empresas têm buscado:
Monitoramento macroeconômico constante
Consultoria especializada
Ferramentas tecnológicas que cruzam dados do campo com indicadores financeiros
Estratégias de proteção de preço e câmbio
Conclusão: quem não inova, fica para trás
Os preços das commodities no Brasil não são definidos apenas pela colheita ou pela seca. A macroeconomia no agro tem papel central nessa equação. Entender esses fatores é o primeiro passo para fazer uma gestão de riscos eficiente, que proteja a margem do produtor e traga previsibilidade em um setor marcado por incertezas.
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Ótima análise!