5 Passos para Mapear Riscos em Empresas de Commodities
- Vinicius Lage

- 6 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de out.
Empresas que atuam no mercado de commodities - como cooperativas, tradings, usinas e processadores - lidam diariamente com incertezas que podem comprometer resultados.
Oscilações de preços, eventos climáticos, variação cambial, inadimplência de clientes e falhas logísticas estão entre os principais desafios.
A boa notícia é que é possível mapear esses riscos de forma estruturada, permitindo adotar estratégias de mitigação antes que se tornem perdas financeiras.
Neste artigo, você vai aprender os 5 passos essenciais para mapear riscos em empresas de commodities agrícolas, com exemplos práticos do mercado brasileiro.

Passo 1: Identificar as Exposições De Riscos em Commodities
O primeiro passo é levantar todas as áreas onde a empresa está exposta a risco.
Preço: volatilidade da soja, milho, café, boi gordo, açúcar.
Climático: seca, geada, excesso de chuva.
Cambial: impacto do dólar em exportações e insumos.
Crédito: inadimplência de clientes e cooperados.
Operacional: falhas logísticas, armazenagem, contratos.
Exemplo: uma cooperativa que recebe soja de 5.000 produtores precisa mapear riscos de entrega (clima), de preço (B3/Chicago), de crédito (financiamento) e de logística (porto e frete).
Passo 2: Mensurar o Impacto Financeiro
Depois de identificar os riscos, é hora de medir seu impacto em números.
Calcule quanto 1% de variação no preço afeta sua margem.
Estime perdas potenciais em caso de quebra de safra ou inadimplência.
Use métricas como Value at Risk (VaR) para quantificar perdas máximas esperadas.
Exemplo: uma trading com estoque de 50.000 toneladas de milho pode perder R$ 5 milhões se o preço cair R$ 10/saca.
Passo 3: Avaliar Probabilidade e Severidade
Nem todos os riscos têm a mesma importância.
Uma forma prática é classificar cada risco em uma matriz de probabilidade x impacto:
Tipo de Risco Probabilidade Impacto Prioridade
Preço da soja Alta Alto Crítico
Câmbio USD/BRL Média Alto Importante
Inadimplência clientes Alta Médio Relevante
Geada no café Baixa Alto Monitorar
Logística portuária Média Médio Moderado
Passo 4: Definir Estratégias de Mitigação
Com base no mapeamento, defina quais riscos devem ser transferidos, reduzidos ou aceitos.
Transferir: usar seguro rural ou contratos de hedge.
Reduzir: diversificar fornecedores, regiões e clientes.
Aceitar: riscos de baixa probabilidade e impacto pequeno.
Exemplo: um processador de etanol pode travar custos de milho e cana com futuros na B3 e CME, reduzindo volatilidade de margens.
Passo 5: Monitorar e Revisar Continuamente
Risco não é estático. Preços, clima e crédito mudam todos os dias.
Use dashboards de risco para acompanhamento em tempo real.
Realize stress testing simulando cenários extremos (ex.: La Niña, recessão global).
Atualize sua política de riscos ao menos uma vez por ano.
Exemplo: uma cooperativa pode revisar mensalmente seu hedge coletivo conforme o andamento da safra e do mercado internacional.
Conclusão
Mapear riscos em empresas de commodities é um processo contínuo que combina análise quantitativa, sensibilidade prática e disciplina operacional.
Seguindo os 5 passos — identificar, mensurar, avaliar, mitigar e monitorar — é possível reduzir incertezas, proteger margens e fortalecer a competitividade no mercado.
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