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5 Passos para Mapear Riscos em Empresas de Commodities

Atualizado: 7 de out.

Empresas que atuam no mercado de commodities - como cooperativas, tradings, usinas e processadores - lidam diariamente com incertezas que podem comprometer resultados. 

  

Oscilações de preços, eventos climáticos, variação cambial, inadimplência de clientes e falhas logísticas estão entre os principais desafios. 

  

A boa notícia é que é possível mapear esses riscos de forma estruturada, permitindo adotar estratégias de mitigação antes que se tornem perdas financeiras. 

  

Neste artigo, você vai aprender os 5 passos essenciais para mapear riscos em empresas de commodities agrícolas, com exemplos práticos do mercado brasileiro. 


5 Passos para Mapear Riscos em Empresas de Commodities

  

Passo 1: Identificar as Exposições De Riscos em Commodities 

  

O primeiro passo é levantar todas as áreas onde a empresa está exposta a risco. 

  

Preço: volatilidade da soja, milho, café, boi gordo, açúcar. 

  

Climático: seca, geada, excesso de chuva. 

  

Cambial: impacto do dólar em exportações e insumos. 

  

Crédito: inadimplência de clientes e cooperados. 

  

Operacional: falhas logísticas, armazenagem, contratos. 

  

  • Exemplo: uma cooperativa que recebe soja de 5.000 produtores precisa mapear riscos de entrega (clima), de preço (B3/Chicago), de crédito (financiamento) e de logística (porto e frete). 

  

Passo 2: Mensurar o Impacto Financeiro 

  

Depois de identificar os riscos, é hora de medir seu impacto em números. 

  

Calcule quanto 1% de variação no preço afeta sua margem. 

  

Estime perdas potenciais em caso de quebra de safra ou inadimplência. 

  

Use métricas como Value at Risk (VaR) para quantificar perdas máximas esperadas. 

  

  • Exemplo: uma trading com estoque de 50.000 toneladas de milho pode perder R$ 5 milhões se o preço cair R$ 10/saca. 

  

Passo 3: Avaliar Probabilidade e Severidade 

  

Nem todos os riscos têm a mesma importância. 

Uma forma prática é classificar cada risco em uma matriz de probabilidade x impacto: 

  

Tipo de Risco Probabilidade Impacto Prioridade 

Preço da soja Alta Alto Crítico 

Câmbio USD/BRL Média Alto Importante 

Inadimplência clientes Alta Médio Relevante 

Geada no café Baixa Alto Monitorar 

Logística portuária Média Médio Moderado 


Passo 4: Definir Estratégias de Mitigação 

  

Com base no mapeamento, defina quais riscos devem ser transferidos, reduzidos ou aceitos. 

  

Transferir: usar seguro rural ou contratos de hedge. 

  

Reduzir: diversificar fornecedores, regiões e clientes. 

  

Aceitar: riscos de baixa probabilidade e impacto pequeno. 

  

Exemplo: um processador de etanol pode travar custos de milho e cana com futuros na B3 e CME, reduzindo volatilidade de margens. 

  

Passo 5: Monitorar e Revisar Continuamente 

  

Risco não é estático. Preços, clima e crédito mudam todos os dias. 

  

Use dashboards de risco para acompanhamento em tempo real. 

  

Realize stress testing simulando cenários extremos (ex.: La Niña, recessão global). 

  

Atualize sua política de riscos ao menos uma vez por ano. 

  

Exemplo: uma cooperativa pode revisar mensalmente seu hedge coletivo conforme o andamento da safra e do mercado internacional. 

  

Conclusão 

  

Mapear riscos em empresas de commodities é um processo contínuo que combina análise quantitativa, sensibilidade prática e disciplina operacional. 

  

Seguindo os 5 passos — identificar, mensurar, avaliar, mitigar e monitorar — é possível reduzir incertezas, proteger margens e fortalecer a competitividade no mercado. 

 
 
 

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