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Por que a Marcação a Mercado (MTM) é Essencial na Governança da Gestão de Riscos

A marcação a mercado (mark-to-market, MTM) é a prática de reavaliar diariamente ativos e passivos financeiros pelo preço corrente de mercado. No agronegócio — onde derivativos e exposições físicas convivem com alta volatilidade — a MTM é peça central da governança financeira porque: 

  • traz transparência imediata sobre exposições e resultados; 

  • permite controle de riscos (variação de margem, necessidade de colateral, limites); 

  • viabiliza decisões tempestivas (ajuste de hedge, renegociação de contratos); 

  • é requisito operacional e contábil para compliance (IFRS 9/CPC 48, IFRS 13; exigências de BACEN/CVM). 

Sem marcação a mercado, empresas correm risco de ter perdas “ocultas”, problemas de liquidez por falta de previsão de chamadas de margem e fragilidade perante auditores, financiadores e reguladores. 

Por que a Marcação a Mercado (MTM) é Essencial na Governança da Gestão de Riscos

 

O que é, tecnicamente, marcação a mercado? 


Marcação a mercado é o processo de atualizar, com base em preços de mercado observáveis, o valor de: 

contratos futuros e opções negociados em bolsa; 

instrumentos OTC (quando aplicável, usando preços de contrapartes ou modelos com inputs observáveis); 

instrumentos financeiros usados para hedge (swaps, forwards). 

A MTM produz dois outputs críticos: (i) P&L diário (variação de valor realizada/não-realizada) e (ii) saldo de margem/colateral (variation margin). 

Marcação a mercado e contabilidade: regras e impactos 

IFRS 9 / CPC 48 exige classificação e mensuração adequada de instrumentos financeiros. 

IFRS 13 (Fair Value Measurement) define a hierarquia de inputs (Level 1/2/3). 

No fair value hedge, variações entram no resultado (P&L). 

No cash flow hedge, variações podem ser reconhecidas em OCI, reduzindo volatilidade contábil. 

Consequência prática: a MTM pode gerar volatilidade contábil diária, mas permite mostrar a exposição real e justificar ajustes antes que perdas se consolidem. 

 

Exemplo prático


Cenário: empresa faz hedge vendendo futuros de soja a R$ 120/saca para 10.000 sacas. Preço cai para R$ 110/saca. 

Estoque físico: perda de R$ 100.000. 

Futuros vendidos: ganho de R$ 100.000. 

Resultado líquido = zero → hedge efetivo. 

Embora líquido neutro, a empresa precisa reconhecer ganho no futuro e perda no físico via MTM diário, e estar preparada para chamadas de margem em caso de movimentos adversos. 

 

Sistemas e automação 


Sistemas modernos de CTRM/ETRM permitem cálculo automático de MTM e relatórios de exposição em tempo real. 

Plataformas especializadas, como a Agroboard, já oferecem marcação a mercado diário automatizada, conciliando posições físicas e financeiras com relatórios em conformidade com IFRS 9 e BACEN. Essa automação reduz risco operacional, elimina retrabalho e fortalece a governança. 

 

Recomendações práticas 

Política e governança: definir política de MTM aprovada por Comitê de Riscos. 

Fontes de preços: priorizar preços Level 1 (bolsas) com fallback documentado. 

Automação: integrar sistemas (ex.: Agroboard) para cálculo automático. 

Hedge accounting: documentar relações de hedge e testes de efetividade. 

Stress tests: simular variações de preços e impacto em chamadas de margem. 

 

Considerações de risco 


Volatilidade contábil: resultados diários podem oscilar fortemente. 

Risco de liquidez: chamadas de margem podem pressionar caixa. 

Basis risk: hedge imperfeito pode deixar perdas residuais. 

Model risk: instrumentos não cotados dependem de modelos robustos. 

 

Próximos passos 


Mapear exposições físicas e financeiras. 

Selecionar plataforma de gestão de riscos (ex.: Agroboard) para centralizar MTM. 

Implementar reconciliação diária entre front/middle/back office. 

Treinar equipe de risco e contabilidade para interpretar relatórios MTM. 

 
 
 

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